
No 14º Congresso Paranaense de Medicina Intensiva, realizado de 09 a 12 de agosto, em Curitiba, as fisioterapeutas Valéria Neves e Roberta Cunha, em coautoria com as residentes Michele Aparecida Marques, Thalita Cogrossi do Nascimento e Karize Rafaela Mesquita Novakoski e a mestranda Camila Gemin receberam o 2º lugar na categoria “tema livre” pelo relatório Prevenção e Controle de Extubação Acidental. Em setembro, na UTI Pediátrica, unidade onde o estudo foi levantado, as extubações acidentais chegaram a 0, ou seja, quando o tubo inserido na traqueia é removido em momento não planejado.
Segundo Valéria, essa taxa mede a qualidade da segurança do paciente. “Mesmo com as dificuldades que enfrentamos, a UTI mostra uma assistência de qualidade. A medida deve ser progressiva, então vamos continuar com esse trabalho. Não é algo restrito à fisioterapia; é uma vitória em equipe”, afirma.
O treinamento consiste em orientações de rotina e implementações de protocolos: formas de fixar o tubo e o que fazer quando acontecer a extubação. Os efeitos colaterais dependem da situação do paciente. A reintubação, um procedimento invasivo, sempre é de caráter emergencial.
Karize Novakoski acredita que a experiência será de grande ajuda para o futuro. “Com o ganho profissional, quem sabe, pode-se levar essas questões de segurança do paciente pra outras instituições que ainda não tenham adotado”, diz.
Pesquisa
A tese de doutorado de Valéria tem o objetivo de criar uma padronização de prevenção e controle da extubação acidental.
De janeiro a julho de 2016, 73 pacientes foram intubados na UTI Pediátrica; destes, 24 extubaram-se acidentalmente. Crianças com 12 meses de idade, 8,5 kg de peso e 13,5 dias de entubação foram analisadas. Não houve distinção entre os gêneros.
“Comparamos a quantia de eventos adversos com os métodos de prevenção, fizemos um levantamento e uma investigação para verificar as causas, mostramos nossos números e ações. O estudo foi premiado por essa razão: como a mudança de comportamento dentro da unidade reduziu sucessivamente a quantidade de extubações acidentais. Em setembro, chegamos a 0”, conta.
O que pode causar a extubação acidental?
Para Valéria, são diversos fatores. “Acredito que é um erro do processo; estamos investigando para melhorarmos esse quadro”:
– Paciente pode estar agitado;
– Posicionamento pode não ser o adequado;
– Forma como o paciente é manuseado e sedado; e
– Maneira de fixar o tubo na via aérea do paciente.
Algumas medidas educacionais são de grande auxílio. “Deve-se notificar quando isso acontecer e relatar o que houve para que a equipe analise as causas”, finaliza Valéria.
Fonte: hc.ufpr. ( Hospital de Clínicas – Universidade Federal do Paraná )